Expatriados podem comprar imóveis na Suíça?

A Suíça continua sendo um destino altamente desejado por pessoas de todo o mundo, graças à sua excelente qualidade de vida, instituições sólidas e uma combinação rara de beleza natural e estabilidade econômica. Para muitos expatriados, comprar um imóvel aqui é mais do que um investimento — é uma etapa estratégica dentro de um projeto de vida a longo prazo.

Mas será que um estrangeiro pode realmente comprar uma propriedade na Suíça?

A resposta curta é: sim — mas a realidade é mais complexa.

O mercado imobiliário suíço é fortemente regulado, especialmente no que diz respeito à aquisição por estrangeiros que não residem legalmente no país. Essas regras refletem uma política nacional consciente de uso da terra e uma vontade política de preservar o acesso à moradia para os residentes locais.

Por outro lado, para expatriados que planejam mudar-se para a Suíça e obter residência, as portas se abrem. Todos os anos, milhares de estrangeiros compram com sucesso apartamentos e casas no país — inclusive em cantões altamente atrativos como o Ticino.

O primeiro passo para tornar o sonho suíço uma realidade é compreender o que é possível, o que não é, e como estruturar a compra da forma correta.

Residente ou não residente: isso muda tudo

A distinção mais importante no direito imobiliário suíço é se você é considerado residente ou não residente.

E essa distinção muda completamente o cenário.

Residentes — ou seja, titulares de uma autorização de residência válida (geralmente permissão B ou C) — podem comprar imóveis sem restrições significativas. Isso inclui residência principal e, em muitos cantões, também uma casa de férias ou imóvel de investimento.

Não residentes, por outro lado — estrangeiros que não moram na Suíça — estão sujeitos à Lex Koller, uma lei federal que limita a aquisição de imóveis por pessoas domiciliadas no exterior.

Segundo essa lei, não residentes podem adquirir apenas imóveis para férias, localizados em zonas turísticas autorizadas, mediante aprovação das autoridades cantonais. E ainda assim, o imóvel precisa cumprir critérios rigorosos:

• Área limitada (geralmente até 200 m²)

• Proibição de aluguel nos primeiros anos

• Restrições na revenda (prazo mínimo de posse, direito de preferência do cantão, entre outros)

Por isso, muitos expatriados optam por obter residência na Suíça antes de comprar — o que oferece muito mais flexibilidade e liberdade na aquisição do imóvel.

Por que tantos expatriados escolhem o Ticino

Entre os 26 cantões suíços, o Ticino se destaca como uma escolha preferida por famílias internacionais e investidores imobiliários.

Do ponto de vista financeiro, o mercado imobiliário no Ticino é mais acessível do que em Zurique ou Genebra, e ainda assim oferece estabilidade e bom potencial de valorização. A regulamentação é clara, e as transações são conduzidas com total transparência.

Toda compra deve ser feita por meio de um notário público, que verifica os registros de propriedade e garante a segurança jurídica da operação. Os fundos da compra são depositados em uma conta escrow, liberados apenas após a finalização do processo legal — uma prática que traz confiança ao comprador estrangeiro.

No entanto, o Ticino oferece mais do que segurança jurídica e bons preços. Ele proporciona um estilo de vida único: é a Suíça com alma italiana.

Imagine: paisagens à beira do lago, arquitetura mediterrânea, ritmo de vida tranquilo, excelente gastronomia e proximidade com Milão — tudo isso com a infraestrutura, segurança e eficiência suíças. Para muitos, essa combinação é simplesmente imbatível.

Como funciona o processo de compra

Depois de confirmar sua situação de residência e encontrar o imóvel ideal, o processo de compra na Suíça é direto, bem estruturado e geralmente confiável — desde que você conte com uma equipe especializada ao seu lado.

O processo costuma levar entre 6 e 12 semanas, e segue estas etapas:

• Buscar o imóvel: por conta própria ou com apoio de uma imobiliária. É fundamental verificar se o imóvel está disponível para compradores estrangeiros.

• Fazer uma oferta e reservar: uma vez aceita a proposta, costuma-se assinar um contrato de reserva e pagar um sinal.

• Due diligence legal e fiscal: o notário analisa os registros do imóvel, confirma a titularidade, avalia dívidas ou restrições e prepara os documentos oficiais. Esse também é o momento ideal para revisar aspectos fiscais e jurídicos com um consultor especializado.

• Assinar a escritura pública: comprador e vendedor comparecem ao cartório para assinar o contrato de venda, que passa então a ter valor legal.

• Pagamento e registro: o notário registra a transferência no cartório de imóveis e o comprador transfere os fundos (normalmente para a conta escrow do notário). Impostos e taxas — que no Ticino variam entre 2% e 3% do valor da propriedade — também são pagos nessa etapa.

• Entrega das chaves: após o registro oficial, o imóvel é seu — e sua nova vida na Suíça pode começar.

Com a assessoria certa, o processo se torna ágil, seguro e sem complicações.

É possível financiar a compra sendo estrangeiro?

Sim — mas com algumas exigências.

Os bancos suíços oferecem financiamento para estrangeiros, porém com critérios bastante conservadores. Em geral:

• Não residentes conseguem financiamento de até 60–70% do valor do imóvel

• Residentes com perfil financeiro sólido podem alcançar até 80% ou mais

Será necessário comprovar renda, estabilidade financeira e, em alguns casos, uma ligação prévia com a Suíça. O imóvel também será avaliado minuciosamente pelo banco.

As taxas de juros na Suíça permanecem muito competitivas, e os financiamentos de longo prazo com taxa fixa são comuns. Alguns expatriados optam por estruturas internacionais ou soluções com seguros de vida, especialmente quando integram a compra dentro de um planejamento patrimonial mais amplo.

Atenção à tributação e ao planejamento sucessório

Comprar um imóvel no exterior também exige atenção à forma como você estrutura essa aquisição do ponto de vista jurídico e fiscal.

Na Suíça, os principais impostos relacionados à propriedade incluem:

• Imposto sobre imóveis (varia por cantão)

• Imposto sobre o patrimônio (sobre o valor líquido dos bens)

• Imposto de renda (caso você alugue o imóvel)

Se você se tornar residente fiscal, poderá estar sujeito à tributação global sobre renda e patrimônio — a menos que se enquadre no regime especial de taxação fixa (lump-sum taxation), disponível sob certas condições para indivíduos de alta renda.

Quanto à herança, a legislação suíça pode limitar sua liberdade testamentária, especialmente se você for residente. Por isso, muitas famílias internacionais utilizam estruturas como:

• Trusts suíços ou internacionais

• Wrappers de seguro de vida, que garantem confidencialidade e eficiência fiscal

• Holdings para controle da propriedade e planejamento sucessório

O suporte de um consultor especializado em planejamento internacional pode evitar erros caros — e proteger seus interesses em várias jurisdições.

Um investimento sólido e um estilo de vida de alto padrão

Apesar das exigências legais, comprar um imóvel na Suíça é totalmente viável para expatriados — e, para muitos, representa uma das decisões mais acertadas de suas vidas.

Você adquire muito mais do que uma casa: você estabelece raízes em um dos países mais seguros e estáveis do mundo, com acesso a um mercado imobiliário valorizado, serviços de altíssimo nível e uma qualidade de vida incomparável.

E se a sua escolha for o Ticino, você ainda ganha um estilo de vida extraordinário: lagos, montanhas, boa comida, clima ameno e uma comunidade internacional acolhedora e multilíngue.

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